Após ser criticado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda-feira (20), o senador Marcos Pontes (PL-SP) respondeu, dizendo que mantem a “candidatura firme” à Presidência do Senado Federal. A eleição da Casa Legislativa ocorre no dia 1º de fevereiro e tem Davi Alcolumbre (União-AP) como favorito.
Durante uma live ao portal AuriVerde Brasil na manhã desta segunda-feira (20), Bolsonaro deu uma bronca em Marcos Pontes pela candidatura à Presidência do Senado. O PL, partido de ambos, apoia o senador Davi Alcolumbre.
“Marcos Pontes, que está disputando a presidência, boa sorte a você. Mas eu lamento você estar nessa situação, porque você sabe que não tem como ganhar. O voto é secreto e se nós embarcarmos na sua candidatura, que eu acho muito melhor que outras aí, nós vamos ficar sem comissões”, disse Bolsonaro.
Em tom mais indignado, o ex-presidente cobrou o senador por tê-lo apoiado nas eleições de 2022.
Marcos Pontes, aliado do ex-presidente, foi eleito senador em 2022, quando Jair Bolsonaro disputou a reeleição para a Presidência da República e perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações recebeu 10,7 milhões de votos e conquistou uma cadeira por São Paulo.
“Eu elegi você em São Paulo. Deixei de lado lá o meu amigo Marcos Feliciano, com uma dor no coração enorme, para te apoiar. Esse é meu pagamento?”, questionou Jair Bolsonaro.
À CNN, o Astronauta Marcos Pontes, como é conhecido, afirmou que a candidatura independente dele “não é pautada para prejudicar alguém”, e ressalta que é boa inclusive para Bolsonaro.
“Minha decisão (de lançar a candidatura) não é pautada para prejudicar alguém, pelo contrário, é para buscar um cenário forte, um Senado independente. […] Você ter a comissão é importante? É importante, mas não garante que tudo seja aprovado naquela comissão. Quem pauta realmente é o presidente, não tem… não teria sentido alguém fazer alguma coisa sem falar com o presidente”, disse Pontes.
“O fato de eu estar concorrendo é bom para todos. É bom para o partido, é bom para Bolsonaro, é bom para o Brasil como um todo e é bom para os senadores também terem opções. Não existe unanimidade, se tivesse unanimidade seria uma coisa muito estranha”, acrescentou.
O senador ressaltou ainda que a candidatura também não vai prejudicar o acordo do PL com Davi Alcolumbre, que oficializou o apoio ao senador do União em outubro do ano passado, dois dias após Marcos Pontes anunciar que disputaria o cargo.
“É bom ressaltar que essa candidatura não prejudica o acordo do partido com o Davi Alcolumbre. A minha candidatura não tem nenhum prejuízo ao partido”, afirmou.
Eleição no Senado
Marcos Pontes se candidatou à Presidência da Casa Alta do Congresso Nacional em outubro de 2024. Na ocasião, o senador afirmou que a decisão foi tomada independentemente de apoio partidário ou articulações. O parlamentar destacou que, caso se seja eleito, vai buscar atender as “demandas da população”.
“Se o Davi vencer, a estratégia do partido vai ser mantida e eu torço para funcionar lá para frente, né? A gente sempre tem que torcer para as coisas darem certo, embora eu não concorde com ela, mas, se eu vencer, a gente vai ter a Presidência do Senado, né? E a garantia de que as demandas da população serão atendidas e vai ser importante ter a presidência”, disse Marcos Pontes à CNN.
Alcolumbre aparece como favorito na disputa pela presidência do Senado. Ele tem o apoio de sete bancadas, além do União Brasil:
- PSD
- MDB
- PT
- PL
- PP
- PDT
- PSB
Juntos, os partidos somam 69 dos 81 senadores, mas o voto é secreto e o apoio da bancada não garante a fidelidade de todos os integrantes. Para ser eleito, é necessário ser escolhido por ao menos 41 parlamentares.